quarta-feira, dezembro 06, 2006
terça-feira, dezembro 05, 2006
como se possa vê-los flutuando sobre sua cabeça
como nuvens coloridas
ou cintilando seus olhos.
não soam tão alto seus desejos,
como não se fixam seus olhos.
não mira suas vontades com tuas mãos,
nem busca o que se pode.
não te buscas alcançar o que não tem,
e só se vive,
e se vive assim como um qualquer,
quando um sonhardor é feito de desejos e paixões.
a quanto tempo já não sonha?
a quanto tempo o desejo
já não cobre esses seus ohos.
esse seu desejo opaco
e os olhos entre-abertos,
revelam mais um homem cansado.
quarta-feira, novembro 29, 2006
do sonhador
que sonha sozinho
e sozinho vive no mundo dos sonhos.
é distante sua alma,
que não encontra outra alma,
senão no sonho,
onde sua alma já não é sua.
e me derreter em seu corpo.
correr por ti como uma gota,
de lágrima ou suor, não importa.
queria ao mesmo tempo,
ser este seu suspiro que tarda passar
e gracejar em seu corpo como ar.
pudera eu assim me transfomar,
te alçar a alegria,
te deixar solta e te deixar amar.
mas entre nós corre descabida a tristeza.
pulsam as lágrimas sem destino,
sem deixar espaço para este amor.
quinta-feira, novembro 23, 2006
terça-feira, novembro 14, 2006
sábado, outubro 28, 2006
sexta-feira, outubro 27, 2006
terça-feira, outubro 24, 2006
mas as lágrimas ainda escorrem com força.
caminho leve para fora desse som,
mas o vento não deixa de levar essa tristeza que toca.
diga-me, até quando devo esperar pelo fim dessa canção?
até então não há paisagem,
esse som desenha nas lagrimas
corações partidos, despedidas, olhos cerrados.
esse é meu caminho dilacerado,
é a trilha de um murmúrio que ressoa.
segunda-feira, outubro 23, 2006
entre estar e não estar mais.
esse vazio de cantos que deixastes,
não há onde me apoiar,
e assim tão rápido quanto passa,
peus pés vagueam soltos
neste espaço vazio que seus
caminhos vão deixando.
tento traduzir esse passos como balé,
mas isso não é um sonho,
é um corpo se contorcendo
no espaço branco que sobrou entre nós.
domingo, outubro 15, 2006
sábado, outubro 14, 2006
deixar ser triste
ou deixar que meus passos
pisassem ao ritmo da canção.
mais eu iria assim,
sussurando um caminho
e nesse tom,
não poderias me alcançar.
podia assim,
com voz baixa,
nos deixar ir e seguir
por caminhos diferentes
e sem pistas.
deixar triste,
porque abandonado.
podia assim,
deixar sem coração,
peito abandonado.
partiriam o vazio
e o coração
cada um em seu lado.
podia assim,
deixar a vaguidão
desses espaços
aos traços mais sutis
dos caminhos da melancolia.
quarta-feira, outubro 04, 2006
te queria com o mesmo vazio que eu.
queria em ti a mesma saudade
que acolhe meus braços.
queria seus braços abertos,
queria sua respiração cansada.
te queria cansada e sofrida, abatida por não amar.
te quero assim como desejo,
possuir seus braços e sentir o gosto
que só pode sair de sua boca.
te queria pelo menos como da última vez
diante de meus olhos com voz doce,
ouvindo meus pecados e dividindo minhas dores.
domingo, outubro 01, 2006
terça-feira, setembro 26, 2006
:
deixar minha voz neste pedaço oblíquo de mim.
me falta como sempre,
a capacidade de me reduzir as palavras ao essencial,
falta a vontade de te deixar partir em paz.
essa moral não é sem pena, nem tão ardilosa.
me curvo, me abaixo, desço à terra,
porque recuperar meus pedaços perdidos
e por aquele que ainda carregas contigo.
terça-feira, agosto 22, 2006
eu gosto das gotas geladas do orvalho no inverno,
eu gosto de deixar os meus olhos se perderem,
de buscar além da paisagem, as sombras turvas
dos que se foram.
gosto das coisas melancólicas
porque me fazem mais doce,
me entorpecem como álcool,
porque me calam das palavras ácidas,
e do gosto malfazejo que sai com as palavras da boca.
quarta-feira, agosto 16, 2006
como quem busca algo na vida
reviro a todo o instante tudo o que tenho.
busco alguma lembrança,
aquilo que não pude transformar em palavras
e que talvez não esteja em lugar algum.
talvez esteja a busca
do que não se tornou material,
do que esteja ainda em sua imaterialidade imperfeita.
eu busco o que sobrou dos nossos sonhos
busco a metade que me cabia de tudo aquilo
reviro as parteleiras com agonia
me volto às gavetas em assalto
o que encontro não passa de pedaços picados de papel.
meu lugar é junto ao que perdi,
a isto que não consigo encontrar,
embora me pertença.
terça-feira, agosto 15, 2006
domingo, agosto 13, 2006
que enfeitam os jardins das alamedas.
a notória e quase redundante cidade
me faz lembra de ti.
nas pedras aredondadas de suas calçadas,
corações asperos e acinzentados
enterram minha alma.
pegadas e marcas de seus caminhos,
lembranças do amor que se equilibrava
com a melancolia.
essa minha dor é quase uma arquitetura,
uma torre que me afasta do mundo.
ela é parte dessa paisagem,
é um edifício igual a qualquer outro,
e que antes era amor.
terça-feira, agosto 08, 2006
atrás de suas sombras
da distância do mundo
que escolhi viver,
seu cheiro chega as minhas narinas,
vejo seus passos,
marcados nesta longa calçada.
sua sombra contrasta
com os matizes da noite e do dia
e eu tento assim mesmo,
atrás de uma sombra,
te buscar.
ainda assim longe eu vejo.
querendo ser sóbrio,
esse cheiro me embriaga.
minhas narinas abastencem
minhas memórias.
ainda sem saber onde estas,
vejo e busco suas sombras.
quinta-feira, julho 13, 2006
segunda-feira, julho 03, 2006
tudo ainda é como antes,
nem mesmo o provisório
ou seus olhares rápidos para meus olhos.
minha situação é insofismável.
tão clara, tão distantes que estas,
as lágrimas nem mais produzem sombras.
o lamentável é ter partido,
me abandonado sem bardo nem lastro.
caminho vago sem esse alento penetrante
de seus olhos.
só espero agora,
que a saudade trucidante te encontre
e te traga ao alto dessa cordilheira
de onde desesperado te observo.
sábado, junho 17, 2006
soturno
eu gosto dessa escuridão fraterna,
esse véu é o invólucro dos meus sonhos.
ela é o fim do dia,
o desfecho de uma contagem
que se inicia todas as manhãs.
a melodia que a acompanha
marca um ritmo lento ao longo do dia.
me recordo ainda de diferentes momentos,
onde sob pouca luz,
me desvainecia em pensamentos.
contudo temo, que esta sensação soturna,
me tome o lugar da alegria
e passe a viver no negro da melancolia .
quarta-feira, junho 14, 2006
duas palavras e um sentimento
Não era qualquer coisa que se podia ler rapidamente, duas ou três palavras marcavam o início e o fim do texto.
A final, não era preciso entender mais do que isso, não podia haver confusões, duas palavras, e um texto enorme entre elas.
correndo meus olhos rapidamente entre o início e o fim, via as palavras desabarem pelo abísmo da página em branco, e na sua fixidez de quem escrevia, era tudo o que queria dizer naquele momento. O interlúdio, esse texto "entre", ao contrário de confudir, demarcava. O amor, sem compostura alguma, abandonava solitário mais um coração.
segunda-feira, junho 12, 2006
sexta-feira, junho 09, 2006
Leve brisa
Chega mais próxima suave leve brisa.
Quem vem com este vento que sopra agradável?
No que vejo e no que sinto há
Um tão afável sentimento.
Teu caminho é inefável.
A curtos passos me leva.
Me leva em uma sutil leveza,
Esbarra nas beiras,
Mete por entre os sentidos.
Conduz-me, mas entre campos,
caminhos e estradas.
Nessa sensação de caminhar incerto
Agarro poucas palavras.
Ponho sentidos sem saber.
No limite de cada campo ou estrada,
Encontro expressões que me fazem entender.
É ela que vem!!!
Leve, a brisa trás folhas, me leva.
Forma sob as lembranças saudades,
Sambaqui de papéis picados,
De memórias e de palavras.
terça-feira, junho 06, 2006

“Os Estados Unidos comprometeram-se a eliminar a tortura no mundo inteiro e travamos esta luta a título de exemplo. Convoco todos os governos a se unirem aos Estados Unidos e à comunidade dos Estados de direito no sentido de proibir, investigar e denunciar quaisquer atos de tortura e impedir outras punições cruéis e desumanas.” (George W. Bush, The Washington Post, 27 de junho de 2003)
http://diplo.uol.com.br/2006-06,a1326
A democracia é pra todos?
quarta-feira, maio 24, 2006
da série: aforismos e fragmentos
o direito ao mau humor é o mais duro e penoso à se reconhecer.
quinta-feira, maio 11, 2006
são tudo o que pode ser apagado,
são tudo o que deixamos por aí,
um pedaço em cada canto,
um fragmento em cada mão,
uma memória esquecida,
um momento vivido,
um dia passado,
uma noite dessas que acabam
depois do sol
lhe querer dar um fim.
somos uns para os outros assim,
fragmentos para serem contados,
lembrados, histórias ou
pedaços de uma memória
esquecidos em um canto
junto com o que quase vivemos.
e isso não esclarece as coisas,
mas quem pode responder
e dizer pelos fragmentos de nós mesmos?
estamos espalhados aos pedaços
e aos cacos por todos os cantos.
somos o vaso dilacerado em cacos.
a ilusão acaba quando o vaso está no chão,
em seus pedaços.
quem somos nós assim aos pedaços?
pequenos pedaços solitários
talhados da vida.
segunda-feira, maio 08, 2006
a morte inconformada
parece pequena e
qualquer dor alheia,
justifica esse exílio.
em meu aspecto mais aparente
a tristeza recolhida
não se deixa transparecer.
pena, pesar.
estou interrompido.
no exílio da torre,
não econtro a dor,
mas não busco também aí a vida.
a tristeza já não me serve,
como não serviria a alegria.
quarta-feira, maio 03, 2006
domingo, abril 30, 2006
Quando terminar tudo, quando essa melancolia acabar, já não serei mais eu e tudo o que eu possa confessar, já não terá mais valor. vou esquecer todas as lembranças e nunca mais haverá saudade. Essa luz que agora fere meus olhos desaparecerá, o turvo das sombras não causará mais medo, mas junto com esse meu antigo Eu, vão os segredos que podia contar, minhas melodias os dias em que não precisava esperar que na manhã seguinte tudo fosse diferente.
quarta-feira, abril 26, 2006
lembranças inúteis,
memórias que devem ser esquecidas.
perfume tolo que ronda
como uma fumaça impregnante
minhas narinas.
quem cuida de minha alma,
e quem exorciza dela essas sombras.
o que convence meus olhos
que esses pequenos pedaços,
antigos pedaços de nós,
devem ser dados ao Hades?
das sombras às sombras,
e dobrado de minha torre
vejo partir.
permaneço nessa vigília imóvel,
vigília de outrem,
quando dessa altura que estou,
não me deixo ser assistido.
sábado, abril 22, 2006
segunda-feira, abril 17, 2006
minha canção, meu lar
minha dor, meu lar.
minhas sombras,
meus cantos, suas janelas.
minha torre e
minha guarita.
lugar da minha vigília,
de minha solidão.
a saudade ai se encontra
e se dispersa.
meu mar, meu barco,
minha canção.
morada remota,
rocha firme.
minhas sombras, seus cantos.
meus sonhos e
minhas noites mal dormidas.
dai parti, vi partir
e encontrei as despedidas.
torre, a melodia
dobra sem cerimônia.
Meu lar, minha canção,
meu poema.
Essa rocha, essa ilha,
suas janelas, suas portas.
as chegadas e as despedidas.
minha canção, minha dor,
meu lar.
quinta-feira, abril 13, 2006
sexta-feira, abril 07, 2006
leveza roubada, melodia triste
roubando o que há de melhor,
roubando toda leveza e suavidade.
a vida em seu limite,
vai se tornando mais dura,
mais triste, vazia.
sem chances de te alcançar,
paro para pensar nessa velocidade
que interrompe meu coração,
e que não cala meus olhos,
nem mesmo minhas lágrimas.
e agora trastejo
com esse choro vazio.
são as marcas desses dias
que roubando o que há de melhor
transformam minha busca
em uma melodia triste.
quarta-feira, abril 05, 2006
saudades do amigo
toda esta saudade que sinto agora em meu peito.
pela despedida, pelo reencontro,
que nos dias,
por uma conversa,
como aquelas antigas, mas não tão passadas
nos saudemos com saudade.
ah amigo,
se agora nossa amizade é tão bela,
é pelos cafés
e as conversas graciosas
entre um perambular e outro.
do jeito que conversavamos da graça das moças
ou daquele romance belo que nos encantara com lágrimas.
ao amigo distante,
as saudades de meu peito.
domingo, abril 02, 2006
todas as coisas que me dão saudade
todas as coisas que me dão saudade.
não é simples pensar
que isto é uma doce ilusão.
os pedaços soltos do que vivemos.
tudo o que pude agarrar,
tudo o que você não levou
ou não me devolveu.
são assim essas coisas amorfas
é o pedaço que levou de mim.
há porém, ainda algo que se perdeu
caiu entre nós,
se perdeu em nossas lembranças,
mas o que carrego
e agarro agora
são todas as coisas que me dão saudade.
sexta-feira, março 31, 2006
Eu do alto de minha janela a observava com um pequeno ser.
Em sua pequenez tão linda eu a admirava,
É assim o amor.
Lá tão longe e distante, mas que nos apanha e nos arrasta.
Agora lá em baixo,
Deito-me em seu caminho e a espero todos os dias
Leve e esguio seu corpo contorna o meu.
Leva-me assim contigo,
Deixa eu perceber como é bom poder caminhar assim.
quinta-feira, março 30, 2006
esse enunciado traz seu rosto à minha janela.
Às vezes, quando estou só e não há outra voz,
é um poema no papel
que veloz atravessa minha janela
ou escorre de minhas mãos.
às vezes palavras soltas
que se repetem da minha boca no papel.
Se janelas abertas deixam ver,
fechadas, não omitem a surdina que as atravessa.
Em silêncio, em ligeiros papéis, na surdina ou em um ohar.
Pequenos pedaços de nós atravessam essa moldura,
escorrem imagens como palavras
e compõem para nossos olhos quadros ângulos.