sábado, outubro 28, 2006

estou no silêncio,
na parte de sua vida
que você não vê.
estou aqui nestes cantos,
nas frestas em que não alcança.

estou lançado agora,
à distância de nosso frívolo amor.
caí no abísmo
desse pequeno poema,
e todas as palavras
se tornaram fuga.

sexta-feira, outubro 27, 2006

terça-feira, outubro 24, 2006

soa baixo melodia,
mas as lágrimas ainda escorrem com força.
caminho leve para fora desse som,
mas o vento não deixa de levar essa tristeza que toca.
diga-me, até quando devo esperar pelo fim dessa canção?

até então não há paisagem,
esse som desenha nas lagrimas
corações partidos, despedidas, olhos cerrados.
esse é meu caminho dilacerado,
é a trilha de um murmúrio que ressoa.

segunda-feira, outubro 23, 2006

parece que é mais fácil a cada dia escrever, claro os títulos ainda são praticamente impossíveis, seria quase como dar nomes as minhas dores.
com nomes eu poderia me agarra ou manda-las embora.
Ficaria com os nomes que lembrariam saudade e mandaria embora os sobrenomes de mágoa.
é muito rápido este intervalo
entre estar e não estar mais.
esse vazio de cantos que deixastes,
não há onde me apoiar,
e assim tão rápido quanto passa,
peus pés vagueam soltos
neste espaço vazio que seus
caminhos vão deixando.
tento traduzir esse passos como balé,
mas isso não é um sonho,
é um corpo se contorcendo
no espaço branco que sobrou entre nós.

sábado, outubro 14, 2006

podia assim,
deixar ser triste
ou deixar que meus passos
pisassem ao ritmo da canção.
mais eu iria assim,
sussurando um caminho
e nesse tom,
não poderias me alcançar.

podia assim,
com voz baixa,
nos deixar ir e seguir
por caminhos diferentes
e sem pistas.
deixar triste,
porque abandonado.

podia assim,
deixar sem coração,
peito abandonado.
partiriam o vazio
e o coração
cada um em seu lado.

podia assim,
deixar a vaguidão
desses espaços
aos traços mais sutis
dos caminhos da melancolia.

quarta-feira, outubro 04, 2006

queria que você não fosse tão feliz amando.
te queria com o mesmo vazio que eu.
queria em ti a mesma saudade
que acolhe meus braços.
queria seus braços abertos,
queria sua respiração cansada.
te queria cansada e sofrida, abatida por não amar.
te quero assim como desejo,
possuir seus braços e sentir o gosto
que só pode sair de sua boca.
te queria pelo menos como da última vez
diante de meus olhos com voz doce,
ouvindo meus pecados e dividindo minhas dores.

domingo, outubro 01, 2006

quero os braços de qualquer um
para dizer eu te amo,
e descançar as dores dessa solidão.
a tristeza não se vai embora
senão quando se tem o amor.