quarta-feira, maio 24, 2006

da série: aforismos e fragmentos

dos direitos II

o direito do outro quase não é um direito.

da série: aforismos e fragmentos

dos direitos I

o direito ao mau humor é o mais duro e penoso à se reconhecer.

quinta-feira, maio 11, 2006

fragmentos e pedaços
são tudo o que pode ser apagado,
são tudo o que deixamos por aí,
um pedaço em cada canto,
um fragmento em cada mão,
uma memória esquecida,
um momento vivido,
um dia passado,
uma noite dessas que acabam
depois do sol
lhe querer dar um fim.
somos uns para os outros assim,
fragmentos para serem contados,
lembrados, histórias ou
pedaços de uma memória
esquecidos em um canto
junto com o que quase vivemos.
às vezes há paixão demais
e isso não esclarece as coisas,
mas quem pode responder
e dizer pelos fragmentos de nós mesmos?

estamos espalhados aos pedaços
e aos cacos por todos os cantos.
somos o vaso dilacerado em cacos.

a ilusão acaba quando o vaso está no chão,
em seus pedaços.
quem somos nós assim aos pedaços?
pequenos pedaços solitários
talhados da vida.

segunda-feira, maio 08, 2006

de minha torre,
a morte inconformada
parece pequena e
qualquer dor alheia,
justifica esse exílio.

em meu aspecto mais aparente
a tristeza recolhida
não se deixa transparecer.
pena, pesar.
estou interrompido.

no exílio da torre,
não econtro a dor,
mas não busco também aí a vida.
a tristeza já não me serve,
como não serviria a alegria.

quarta-feira, maio 03, 2006

(...)

como o iniciante em um novo idioma,
com manobras desajeitadas,
manipulei os verbos sem saber seus tempos.
tentei lhe dizer palavras de consolo,
mas sem saber o tempo de sua dor.

(...)