terça-feira, novembro 30, 2010

Sempre tenho alguma coisa aqui, se não é no papel, no computador, está na cabeça, murmurando. Está sempre incompleto e sempre tem um pedaço que quero escrever depois. Meu braço pesa, minha cabeça pesa, tudo pesa e nada saí, fica preso. Hoje não é o dia do niilista, eu venci esse peso, mas ainda assim, falta um pedaço e sempre vai faltar.
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(sem título)

o que está abandonado?
o que deixei para trás?
minha terra? dúvido.
nunca tive terra, nunca tive lar.
vaguei e busquei por esse lugar
que me fosse próprio.
este ópio,
onde da terra o sangue é feito.

pensei que se não fosse da terra,
seria do que se come e se partilha.
errei por todas as mesas,
e por todas me fiz um pouco de todos,
como se se fez a todos irmão,
saciado, dos irmãos saudades.